Alguns espaços estão vazios e outros foram ocupados às pressas. Desde que tiramos algumas fotografias dos porta-retratos e escondemos as velhas lembranças, pareceu ter ficado mais fácil! Falamos, choramos por alguns dias, olhamos para o telefone mil vezes até perceber que ele não tocaria mais. A saudade foi nos roendo pelas beiradas, até ficarmos cansados e em silêncio!
Cada qual se fechou num canto seguro, deixou cair algumas lágrimas teimosas e fizemos diferentes perguntas para o mesmo Deus. Algumas vezes, ficamos esgotados; outras vezes, tínhamos esperanças; e, em outras, nos traímos em busca de uma desculpa louvável: ser feliz!
Não existem culpados e muito menos vítimas! Não houve sequer um ato punitivo. Foi tudo aparentemente leve, como os ventos do final de inverno. Não dissemos palavras duras e não fizemos gestos pesados. Partimos, cada qual para a sua estrada, nos fazendo perguntas sem respostas.
Há um silêncio e uma ausência que crescem a cada dia! E, tenho plena certeza que uma hora eles serão tão fortes que vamos mesmo acreditar que nunca nos amamos o suficiente! Foi assim das outras vezes, com outros rostos. E, se permitirmos, vai ser assim conosco também!
Por isso, anseio pela vinda devastadora do tempo que abranda a saudade, o amor ou qualquer bela história que nunca teve um ponto final! E, apesar da dor, deixo apenas um desejo: ser a saudade mais bonita que você já sentiu na vida!