memórias

A memória é um afeto que desafia o tempo

Um objeto, um lugar, um cheiro

Às vezes, a memória é um afeto que desafia o tempo. Mora nos cantos simples de uma casa, nos chama pelo nome quando abrimos um caderno antigo, pega pela mão quando descobrimos uma foto esquecida na gaveta. Filtro de barro e caneca de alumínio me lembram a palavra avó, mas me abraçam no sentimento de neta. Hortelã me faz pensar na infância, mas me enlaça na palavra "Espia!". Azulejos quadriculados me lembram os "Pai-Nossos" entoados nas missas, mas me trazem o conforto da minha cabeça encostada no ombro da minha mãe. Caixinha de música que remete a namoricos, cortina de miçangas que nos levam ao bolo de fubá da nossa tia. O filtro de barro que, por anos a fio, nos oferece água do poço, caneca de alumínio e as memórias da família. Um objeto, um lugar, um cheiro... Pequenos despertadores de histórias!

O que não fala, mas faz você falar?

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Copyright © 2024 I Cris Mendonça. A memória é um afeto que desafia o tempo. Todos os direitos reservados.

 


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