crônicas

Amor e mangas maduras

Adulta, pensando em como era difícil amar alguém, lembrou-se da sua infância. Quando era uma criança ia com a família para a casa dos avós, localizada em uma área rural, para colocar os pés n
Foto: Pixabay

Adulta, pensando em como era difícil amar alguém, lembrou-se da sua infância. Quando era uma criança ia com a família para a casa dos avós, localizada em uma área rural, para colocar os pés na terra, rolar no capim seco e assistir o avô tirando o leite das vacas.

Em algum mês do ano, que não se lembrava mais, era época de mangas e as várias árvores da roça ficavam carregadas! Tinha de todo tipo, tamanhos e formas, e a molecada, pendurada em cada uma delas, passava a tarde inteira se fartando entre galhos e moscas.

Lembrou-se que subia no galho mais baixo, pois era uma criança medrosa, e daquele lugar, puxava uma manga-coquinho, a sua preferida! A fruta pequena, era verde-escura com riscos pretos, e para comê-la era necessário puxar a casca em filetes para sentir não só os fios, mas o sabor doce! Comia várias até ficar com a boca amarelada e os dentes cheios de fiapos. Afinal, comer manga era bom no pé e se lambuzando! Essa coisa de usar faca para fatiá-la não tinha graça nenhuma!

E enquanto se fartava com as mangas, os primos jogavam caroços uns nos outros, causando em todos muitas risadas de bocas amarelas! Eram momentos de fartura, alegria e intensidade!  Assim como ela gostaria que fosse o amor em sua vida: alguém que a fizesse se sentir satisfeita e feliz! Afinal, manga assim como o amor, não se come em fatias, mas com voracidade e desejo!


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