“Este é um pequeno passo para o homem, mas um grande salto para a humanidade”. A frase dita pelo astronauta Neil Armstrong, em 1969, depois de ter colocado, literalmente, seus pés na Lua é, além de bonita, emblemática.
O espaço - tão vasto e misterioso - desperta o interesse do homem há milênios. Os povos indígenas, astecas e egípcios viam no céu a resposta para muitas de suas dúvidas. De lá vinham suas divindades e para lá eram apontadas suas obras arquitetônicas.
Desde os povos antigos, o estudo dos corpos celestes vem evoluindo e o ser humano orbita, cada vez mais, pelo cosmos. Prova disso é a empreitada de turismo espacial feita por quatro pessoas, neste último dia 20 de julho. O bilionário Jeff Bezos, seu irmão Mark Bezos, Wally Funk, uma pioneira da corrida espacial, de 82 anos, e Oliver Daemen, um estudante de 18 anos, se tornaram as primeiras pessoas a fazerem uma viagem ao espaço em um voo sem piloto. Algo que durou em torno de 10 minutos.
Jeff é dono da Amazon, uma empresa multinacional de ecommerce e tecnologia - o que faz de mim e milhares de outras pessoas pelo mundo, patrocinadores, em alguma medida, desse voo espacial.
Dizem que o céu é o limite e religiosos acreditam que é para lá que se vai quando se é bom aqui na Terra. Da órbita, eu só sei das estrelas que contemplo, com os meus pés bem fincados no chão. Namoro a Estrela D'Alva desde quando contemplar a noite chegar era um privilégio de se morar em uma cidade pequena. Naqueles tempos, eu ainda não sabia que D'Alva era o planeta Vênus e, quando tomei ciência disso, muitas outras coisas sobre a vida eu também havia descoberto. Entre elas, que o firmamento é de todos, mesmo que nem todos, possam ir - literalmente - para lá.
O fato é que, com dinheiro, muito longe se vai, mas a vida para bilhões de outros é cotidiana e, muitas vezes, incompleta. Viajar pelo espaço torna, certamente, quatro pessoas privilegiadas, mas alcançar o céu é bem mais complexo. Para tal, é necessário ser alguém, realmente, melhor para esse mundo! Afinal, a oportunidade de um turismo espacial não é, unicamente, uma questão de física, mas de experiência particular.
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