Quem inventou essa história de que “a vida começa aos 40” foi o psicólogo norte-americano Walter Pitkin. Em 1932, ele publicou o livro cujo título era exatamente essa frase e que, em inglês, é “Life begins at forty”.
A obra se tornou um best-seller e trazia como ideia central que “o último terço da vida podia ser o melhor de todos”. Porém, se você, assim como eu, também tem 40 anos, calma! A obra foi publicada na década de 1930 e a expectativa de vida das pessoas era bem mais baixa que hoje.
O fato é: a frase persistiu e, quem chega nessa idade, adora repeti-la por aí! Afinal, só faz sentido se a gente vive na pele, não é?!
Eu que já sou uma quarentona, mesmo que a frase ainda me soe estranha, tenho pensando bastante sobre o que a maturidade nos traz de positivo. Ok, ruguinhas aparentes, alguns fios brancos e uma flacidez teimosa já nos rondam, mas, em contrapartida, boa alimentação e atividade física se tornam necessidades e, com um pouco de insistência, prazer!
E, se o corpo exige cuidado, a mente não fica atrás! Você chega à conclusão que sua avó tinha razão quando dizia que “a vida passa rápido” e deseja que ela faça sentido em todos os níveis. Satisfação profissional e relações afetivas com significado se tornam questões essenciais. E o nosso coração insiste em perguntar:
_E aí, você está bem? Sente que este caminho faz sentido?
Se a resposta for sim, ótimo! Porém, se a resposta for não, vamos nos remexendo na cadeira da consciência. Se reinventar, se redescobrir e mudar a rota dão trabalho. Tem gente, inclusive, que prefere nem tentar, mas acaba deixando pelo caminho um pouco de saúde e paz de espírito.
Olhar para o que somos e compreender o que fazemos com tudo isso, é tarefa diária! E, talvez, seja próximo dos 40 que a gente comece a ficar um pouco mais ciente dos próprios direitos: não agradar a todos; saber dizer não; dar limites; traçar novos rumos e não ficar se explicando sobre suas próprias escolhas; cuidar mais de si e um pouco menos dos outros. Sacar que é hora de aprender algo que você sempre desejou; um novo curso ou curso nenhum; aprender a fazer trilha; comprar uma bicicleta; passar menos tempo em frente a TV; renovar os votos de casamento ou chutar o pau da barraca e encarar outra fase.
Minha vida não começou aos 40, porém ter chegado a esta estação me permitiu viver diferentes viagens. O que sou hoje me pertence e é precioso. Inalienável direito de reconhecer minhas qualidades e lidar com os meus defeitos.
Para você, tem sido assim também?
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