reflexão

Olhos de viajante

Pela janela desse carro que cruza rodovias eu vejo paisagens centenárias. São velhas casas perdidas entre novas estradas. Os pastos são verdes, as árvores esparsas, e ao lado de algumas delas
Foto: Pixabay

Pela janela desse carro que cruza rodovias, eu vejo paisagens centenárias: são velhas casas perdidas entre novas estradas. Os pastos são verdes, as árvores esparsas e, ao lado de algumas delas, pequenos currais de vacas magras. E, enquanto o automóvel avança pela estrada, eu contemplo a vida que corre lá fora como se fosse uma cena de filme. O cenário me fala de multiplicidade, de centenas de pessoas com vidas tão diferentes, vendo de suas casas, carros passarem.

Afinal, quem inveja quem? Os moradores próximos às estradas que também desejam viajar? Ou os viajantes que desejam morar debaixo daquelas árvores?

A vida segue em estradas sem fim, onde caminhos que se cruzam mostram as diferenças, mas também valorizam as insignificâncias. É assim que me sinto diante de tudo: olhos de uma mãe que aprecia o filho a sorrir, olhos de quem lê uma carta de amor, olhos de quem vê a vida passando pela janela. Um olhar profundo diante de janelas coloridas!

Ah! Mas como eu gostaria de ser uma dessas pessoas que moram em casas à beira da estrada, com um ritmo de vida perfeito que só o meu pensamento aceita. Ah! Como eu gostaria de ser essa pessoa que viaja vendo a doce vida, deixando para trás, ao som de Bob Dylan, imagens de felicidade, registradas em livros de fotografia.


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